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todas as teorias s​ã​o brinquedos

by vctrh

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1.
intro 01:07
2.
no semblante carrego a bagagem de sombras e luzes em desalinho cada qual portando sua coragem e eu aqui semimorto, sem caminho * subverto tua sina minha amiga e divido o dilúvio com os meus subverto tua sina minha amiga e divido o dilúvio com os meus é tanta demanda de trabalhos vazios que eu debando & deixo só os talheres para trás subverto tua sina minha amiga e divido o dilúvio com os meus * em desalinho eu caminho em desalinho eu caminho em desalinho eu caminho descosturando os trilhos da manhã * submergo de uma veia meu umbigo e redimo os pães com os teus submergo de uma veia meu umbigo e redimo os pães com os teus é hirsuto o muro que limita minha pupila do cipreste em chamas submergo de uma veia meu umbigo e redimo os pães com os teus
3.
vão 02:28
ao luzir do primeiro pássaro sobre a manhã dedico meu total descompromisso a essa vã luta: içar o corpo magro da cama, varrer os pés sujos da bagunça que Morfeu deixou da noite partida e, sem revés que me salve, molhar a boca d'água no lavabo empedrada ainda de noite, minha língua regojiza com tal ato. sinestesia de sentir o gosto translúcido da água encanada. no espelho há um retrato meu encarquilhado de velhas coleiras e verniz descascado - as núpcias dos anos com minha carne que perdura até hoje. saio e me nutro com os ventos estacionários cansados de mover moinhos. adentram em meus poros e lá ficam, até a primeira crítica de calor. e se tudo isso não for um disparate sobre dor, não sei, não sei. melhor desmantelar a língua, os moinhos, o casamento, a carne, o espelho, o hoje, a água, a crítica, a luta, a cama & esperar a destituição da manhã e o apagar do último pássaro sobre o crepúsculo.
4.
liminha 02:22
5.
19:35 - horário local. morcegos sobrevoam a moleira dos transeuntes em meio a esse dédalo de asfalto enquanto bebo o pouco d'água que resta no meu cantil. obviamente anoitece & a alquimia das poucas estrelas que ainda luzem sob esse céu cidadão não é o bastante para apaziguar a trindade das nossas dores. percorro um rosário de ruas, tripulando essa multidão de carnes. empalhei meu tórax mais cedo, antes de sair a rua, para não correr o risco de me apaixonar perdidamente por uma musa-saltimbanco. parece que está cada vez mais fácil ser tomado de assalto pelo sorriso dos pardais. indiscutivelmente anoitece & a sirene na garganta dos afogados rosna alto para o luar, ao ponto da espinha de são jorge se eriçar de espanto. não ouço sílabas, mas signos, vindo deles, e veja bem, veja bem que já estamos trafegando sem usar os pés enquanto irrevogavelmente já é noite.
6.
tem dias que não sinto o sol apetecer meu coração. tudo inundado de fuligem o céu parece feito de tijolos e dos meus olhos nenhuma lágrima para diluir, destilar essa dor tristeza de dentes tortos sentimento que mastigo em silêncio me sinto um cão vigiando o inverno lugares onde todos dançam mas eu não danço eu sou vermelho sou um arquipélago uma bicicleta que já não voa eu nasci pra dançar valsa seria isso tudo uma máscara ou só eu mesmo estrangeiro de tudo sentimento que mastigo em silêncio me sinto um cão vigiando o infinito
7.
loro 02:39

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como disse o proto-modernista t. e. hulme em um de seus textos sobre arte moderna: "todas as teorias são brinquedos". li isso e achei pertinente. na verdade não achei exatamente algo pertinente, mas da primeira vez que li essa espécie de aforismo, colada num dos textos do hulme, me cativou de imediato. até sublinhei no livro e tudo. confesso que esse álbum teria um nome diferente, mas resolvi engavetá-lo por enquanto e usar esse mesmo por conta do possível caráter miscelânico que o conjunto dessas músicas tem (um brinquedo que diz "um conjunto forma um todo"). esse álbum é o primeiro long play meu cantado-falado. tentei uma vez gravar um ep vozviolão, mas o resultado foi esquecível e pobre. então anos depois, reuni alguns dias calmos e escrevi sobre músicas que estavam arquivadas aqui no pc e que não tinham saído em nenhum outro disco anterior. e aí nasceu isso daqui (um brinquedo que diz "quem canta seus males espanta").

queria agradecer a cecília pacheco & ao zé zapiski pelo apoio e incentivo pra finalmente lançar isso. queria citar também o nome de ayrton a. badryyiah, por rir das músicas mais engraçadas.

[cada música tem uma capa específica, com uma espécie de colagem nelas. algumas fotos foram tirada por cecília "estrela pacata" pacheco, outras foram tiradas por mim mesmo]

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released May 30, 2018

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vctrh Natal, Brazil

cuspidor de concreto eletrônico. modulador de acordes engasgados.

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